IA – O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, assinou nesta terça-feira (1º) um memorando de intenções com instituições públicas e privadas para a criação do Rio AI City, um polo de inteligência artificial (IA) na capital fluminense. O anúncio do projeto ocorreu durante o seminário “Governança e Estratégias Públicas em Inteligência Artificial”, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro.
Paes afirmou que a intenção é atrair empresas de tecnologia para a região Centro Metropolitana, próxima ao Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, contando com iniciativas do governo federal para favorecer o ambiente de negócios e a regulamentação do setor.
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“Vamos construir as condições, a partir dessas iniciativas do governo federal, para que a cidade se consolide como uma espécie de capital da inteligência artificial brasileira”, disse o prefeito a jornalistas. “Estamos falando de coisas dos próximos cinco anos”, completou.
O plano inicial prevê que o Rio AI City tenha capacidade energética de até 1,8 gigawatts (GW) até 2028 e de 3 GW em 2032. “Não é tarefa simples, mas a gente vai pensar com ousadia”, acrescentou Paes.
Parceria e investimentos
A parceria envolve o BNDES, ministérios do governo federal, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Eletrobras, maior empresa de geração e transmissão de energia do país. O Rio se torna a primeira cidade brasileira a aderir ao Plano Nacional de Data Centers, lançado recentemente pelo Ministério da Fazenda, que visa transformar o Brasil em um polo global de tecnologia com incentivos fiscais e segurança jurídica.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou que o investimento em IA é crucial para o progresso do país. “Dominá-la é importante, crucial para o progresso de qualquer país. É uma questão de soberania nacional”, afirmou. O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial prevê R$ 23 bilhões em investimentos até 2028.
Outra ministra presente, Esther Dweck, da pasta da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, defendeu que o Brasil deve aproveitar o momento para dar um “salto tecnológico”, articulando o setor público e privado. O governo trabalha para que a IA brasileira seja “inclusiva, soberana, ética e centrada nas pessoas”, podendo “aproximar o Estado das pessoas, ampliar o acesso aos serviços e melhorar a qualidade das políticas públicas”.
Vantagens do Rio e financiamento
Paes enumerou as vantagens da cidade, como infraestrutura de internet robusta, presença de cabos marítimos que conectam o Rio à África, Europa e Estados Unidos, capital humano, empresas importantes, universidades e centros de pesquisa como o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa). Além disso, o Rio tem o Imposto Sobre Serviços (ISS) Tech, com alíquotas reduzidas para empresas de tecnologia.
A Eletrobras garante o fornecimento de energia limpa para os data centers, essenciais por seu consumo intensivo de energia. O BNDES já direcionou R$ 1 bilhão para fomento de hardwares, data centers e programas de tecnologia da informação, além de R$ 763 milhões investidos em empresas do setor.
O banco planeja ainda criar um fundo específico para data centers e IA, com aporte inicial entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão, esperando que investidores privados completem o total de R$ 5 bilhões.
Nelson Barbosa, diretor de Planejamento e Relações Institucionais do BNDES, afirmou que o projeto pode se tornar um modelo para outras regiões e que o objetivo é “gerar casos de sucesso no Brasil”, apoiando o crescimento de empresas brasileiras que gerem emprego e tecnologia no país.
Projeto e capacidade
O Rio AI City, desenvolvido pela Elea Data Centers, será um dos maiores ecossistemas de data centers da América Latina e do mundo, com capacidade energética estimada em até 3,2 GW de energia renovável. O projeto, localizado na Barra da Tijuca, integra a infraestrutura urbana da cidade, incluindo centro de cable submarino, rede energética e conectividade local, com 99,8% de disponibilidade.
Além de ser um hub tecnológico, o Rio AI City também promoverá a revitalização urbana, estando conectado ao projeto Mata Maravilha, que reflorestará e revitalizará mais de 200 mil m², incluindo uma zona digital dedicada à tecnologia verde.
O anúncio marca um passo decisivo para o Rio se consolidar como referência em IA e infraestrutura digital no Brasil e na América Latina, com investimentos estimados em US$ 65 bilhões e capacidade de atrair empresas inovadoras e talentos globais.
(Com informações de TI Inside e Convergência Digital)
(Foto: Reprodução/Freepik/Imagem gerada por IA)