Praticamente uma em cada quatro empresas de tecnologia da informação não investe em pesquisa e desenvolvimento. O percentual, de 22,4% do total de firmas, foi medido pelo Censo da Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro Nacional) e indica uma piora sobre o levantamento anterior. “O número subiu quase três pontos percentuais em comparação a 2013”, diz o Censo.
Para a Assespro Nacional, a falta de investimento em P&D tem impacto direto no desempenho das empresas nacionais, particularmente pela baixa representatividade de novos produtos no faturamento. “O índice das empresas que conseguem mais de 50% das vendas com soluções com menos de três anos de desenvolvimento caiu dez pontos percentuais entre 2013 e 2014. Atualmente, corresponde a 18,4% das corporações nacionais”, diz a entidade.
Embora perceba uma reação natural ao que chama de “cenário de crise econômica”, a Assespro considera o resultado preocupante. “A área de P&D não oferece benefícios a curto prazo e muitas vezes acaba esquecida pelos empresários. É um fato preocupante, pois mostra que as companhias brasileiras não investem justamente na categoria mais indicada para driblar a crise econômica”, diz o presidente da Assespro Nacional, Jeovani Salomão.
Em que pese a grande proporção de empresas que sacrificaram os investimentos em P&D, a maioria manteve os aportes. Segundo o Censo da Assespro, 12,9% das empresas destinam entre 4% e 8% do faturamento para pesquisa. Outros 9,7% das empresas pesquisadas investe mais de 15% das receitas em P&D – resultado dois pontos percentuais acima do levantamento feito em 2013. Poré, 4,4% não souberam responder.
Os investimentos são principalmente destinados a sistemas de processamento de informações, controle de processos e sistemas de computação – temas relacionados a aplicações de sistemas de informações, apontados por 38% dos entrevistados. Em seguida, os investimentos são para a área de criação e gerenciamento de softwares (design e desenvolvimento de programas), com 29,3%. Em terceiro, tem sistemas de informação para a world wide web, com 25,6%.
Fonte: CONVERGENCIA DIGITAL
