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Em uma reunião realizada ontem pela manhã, os operários que trabalham no canteiro de obras da Arena Pantanal (antigo Verdão), estádio que receberá os jogos da Copa de 2014, deram um prazo de 30 dias para que o Consórcio Santa Bárbara-Mendes Júnior melhore os salários. Caso não haja avanços nas negociações, eles não descartam a possibilidade de cruzar os braços.

A reunião contou com a presença de aproximadamente 70 trabalhadores. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Joaquim Santana, os funcionários do consórcio recebem apenas o piso da categoria, valor abaixo do praticado no mercado. Os funcionários são contratados por empresas terceirizadas pelo consórcio Santa Bárbara-Mendes Júnior.

Sem os descontos dos encargos sociais, o valor pago para um servente é de R$ 587 e para um pedreiro, R$ 772. “As grandes empresas do setor pagam para pedreiro, por exemplo, cerca de R$ 1.200, além de cesta básica e prêmio sobre a produção”, afirmou Santana. “Não podemos aceitar que a construção do novo Verdão, que irá abrigar um evento de nível mundial, seja feita em cima da miséria do trabalhador. Muitos já pediram conta por causa do baixo salário”.

Santana garante que a luta pela melhoria dos salários irá continuar e será cobrado da diretoria da Agência Estadual de Projetos da Copa de 2014 (Agecopa) um posicionamento sobre o assunto. Um ofício já foi encaminhado à diretoria da Agecopa solicitando audiência com o presidente Yênes Magalhães, mas ainda não houve uma resposta.

Procurado pela reportagem, o diretor de Infraestrutura da Agecopa, Carlos Brito, disse que o contrato que o grupo Santa Barbara tem com a Agência prevê a construção e entrega da arena em 2012, o que tem que ser cumprido.

Já a mão-de-obra é parte integrante, sendo a relação trabalhista de responsabilidade da própria construtora. “A relação é direta com a empresa”, reforçou. Brito comentou ainda que o valor da obra contempla o preço da contração dos operários, levando-se em conta os acordos coletivos.

Em novembro do ano passado, uma equipe do Ministério Público do Trabalho (MPT) apontou várias irregularidades no canteiro, como riscos de deslizamentos e ausência de proteção contra quedas. Na época, os trabalhadores também reclamavam da falta de água potável no local.

O consórcio Santa Bárbara-Mendes Júnior se posicionou através de uma nota enviada à redação. No texto, limitou-se a dizer que o salário pago aos trabalhadores equivale ao piso salarial estabelecido na Convenção Coletiva do Trabalho, do Sindicato da Construção Civil de Cuiabá, que se encontra homologado no Ministério do Trabalho. Também reafirmou que atua em consonância com todos os sindicatos do país, incluindo os de Mato Grosso.

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