Nova aposta de empresas, presença de CAIOs mais que dobra em um ano

Investimento em inteligência artificial tem levado empresas a criarem cargo de diretoria para a área, aponta levantamento

CAIOs – A adoção de inteligência artificial nas empresas está impulsionando a criação de um novo cargo na alta gestão: o Chief Artificial Intelligence Officer (CAIO), ou diretor de inteligência artificial. Em apenas um ano, a presença desse profissional saltou de 11% para 26% das organizações, segundo levantamento realizado pela Oxford Economics, que ouviu 2,3 mil empresas de 22 países, incluindo o Brasil.

O estudo aponta que companhias com um CAIO esperam obter, em média, 10% mais retorno sobre investimentos (ROI) em IA. Ainda assim, 68% desses executivos admitem iniciar projetos sem saber exatamente como mensurar seus impactos. Hoje, 60% das empresas estão na fase piloto de uso da tecnologia, e apenas 25% das iniciativas lançadas desde 2023 atingiram o ROI esperado. Apesar dessa imaturidade, os gastos crescem: entre 2022 e 2025, os investimentos em IA avançaram 62%.

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Perfil e responsabilidades

A pesquisa entrevistou 600 profissionais que ocupam a função. Três em cada quatro vêm da área de dados, mas com experiência também em estratégia, operações ou inovação. Mais da metade responde diretamente ao CEO ou ao conselho de administração.

O escopo do cargo combina gestão técnica e competências de liderança: gerenciar projetos e orçamentos, estabelecer padrões de uso, integrar áreas, conduzir mudanças culturais e garantir adoção mais ampla da tecnologia. Em muitos casos, o CAIO atua como um “sistema nervoso” central, concentrando todas as iniciativas ligadas à IA.

Barreiras à expansão

Entre as prioridades citadas por esses executivos estão estratégia de negócios, adoção de IA e gestão de sistemas. Já governança e ética aparecem em último lugar, reflexo de um cenário em que discussões regulatórias ainda estão em andamento.

O estudo também revela tensões internas: 32% dos diretores de IA consideram os departamentos de RH como os mais resistentes à expansão da tecnologia, enquanto um quarto das iniciativas é cancelado ou adiado por preocupações de segurança.

Outros obstáculos incluem a complexidade técnica — com múltiplos modelos e integração a dados proprietários — e a necessidade de “letramento organizacional”, ou seja, treinar equipes de negócios para compreender limitações e possibilidades da IA.

Embora o cargo ainda esteja se consolidando, a pesquisa indica que ele deve ganhar relevância nos próximos anos: 66% das empresas afirmam que terão um CAIO até 2027. A disputa, agora, é para transformar esse potencial em resultados concretos.

(Com informações de O Globo)
(Foto: Reprodução/DC Studio)

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