Neste período entre fim e inicio de novos mandatos no Congresso Nacional, uma outra disputa desenha-se entre os parlamentares dentro da Câmara dos deputados: a busca pelos melhores gabinetes. Os que estão lá há mais tempo têm o privilégio de ocupar as salas mais espaçosas, localizadas no anexo IV, enquanto os novatos sem longo histórico político se contentam com as salas apertadas e sem banheiro privativo, à disposição no anexo III. Dos oito deputados de Mato Grosso, apenas Ságuas Moraes (PT) vai ficar no segundo grupo.
Deputado estadual, o petista se elegeu em 2010 para seu primeiro mandato na Câmara Federal. Por isso não está na lista dos que têm prioridade na escolha de gabinete e participou do sorteio, junto com 270 deputados, para saber em qual sala seria seu escritório parlamentar.
O anexo IV da Câmara Federal é o mais cobiçado por ser novo, espaçoso e ter banheiro privativo na sala. Já o anexo III tem menos regalias: não tem banheiro privativo e é menor.
De acordo com o regimento interno da Casa, têm prioridade na escolha dos gabinetes os ex-presidentes, ex-governadores e ex-parlamentares, entre outros cargos, além de idosos, mulheres e parlamentares com deficiência. Os que são reeleitos têm o direito de permanecer nas salas atuais ou então tentar uma sala melhor.
Dos oito deputados de Mato Grosso, seis se reelegeram. De novatos, apenas Ságuas e Júlio Campos (DEM). Entretanto, pelo histórico político do democrata, ex-governador, ex-prefeito, ex-deputado federal e ex-senador, além de ex-conselheiro do Tribunal de Contas, ele teve a chance decidir que sala ocuparia.
Ele ficará com o da deputada Thelma de Oliveira, que não conseguiu se reeleger. Antes mesmo da posse, Júlio Campos já ocupa seu novo gabinete. Além da sala, ele também aproveitará parte da equipe da tucana, que ficou em Brasília por oito anos. “Já estou com a chave na mão. A deputada já desocupou, tirou as coisas dela e repassou o comandado da sala para mim”, disse o deputado eleito.
Por enquanto, Júlio Campos pretende trabalhar com uma equipe de 20 pessoas, separando metade para o gabinete em Brasília e a outra parte para Mato Grosso. Segundo ele, será bom permanecer com parte da equipe de Thelma porque eles já têm experiência. Serão assessores técnicos que elaboram e cuidam de projetos e emendas. “Não é fácil começar do zero, com gente com pouca experiência, por isso vou manter”, explicou. Em Mato Grosso ele terá um escritório parlamentar que será montado na sede do DEM.
Os deputados do PR Wellington Fagundes e Homero Pereira, que já ocupam salas nos prédio mais cobiçado, vão permanecer nas mesmas salas. Carlos Bezerra, que já foi governador, já entrou na Câmara ocupando uma boa sala e por isso neste novo mandato também vai permanecer no mesmo lugar.
Os suplentes de deputados do PP Nery Geller e Roberto Donner é que vão levar vantagem. Os titulares das vagas, os deputados Eliene Lima e Pedro Hnery, já têm gabinetes no anexo IV. Por isso, mesmo novatos, os suplentes vão ter o privilégio de banheiro privativo e mais espaço para os convidados.