A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investigou o caos no setor da saúde em Mato Grosso, apresentou ontem o relatório dos trabalhos e anunciou 33 medidas a serem tomadas pelo governador Silval Barbosa (PMDB) para amenizar os problemas.
Como antecipado ontem pelo Diário, o relator da CPI, deputado estadual Wallace Guimarães (PMDB), voltou a acusar como insuficientes os repasses feitos pelo Governo do Estado aos dois maiores municípios de Mato Grosso – Cuiabá e Várzea Grande.
O peemedebista também criticou de maneira indireta aos ex-secretários de Saúde do Estado, e elogiou o atual titular da pasta, deputado federal Pedro Henry (PP), que, segundo ele, tem tomado medidas para amenizar a crise do setor.
“Hoje há repasses financeiros para Cuiabá e Várzea Grande, antes não. Posso dizer que na verdade faltava prioridade na Saúde durante o governo anterior”, disse Wallace.
A primeira recomendação da CPI foi para que o Estado assegure a execução do programa “Fila Zero”, para a gestão e a erradicação da demanda reprimida de consultas, exames e cirurgias nos serviços de saúde do Estado.
Também foi pedido que se estadualizasse “em caráter emergencial” os prontos-socorros de Cuiabá e Várzea Grande. Com isso, espera-se que inicie a reestruturação dos atendimentos de urgência e emergência nos hospitais.
A CPI propôs que se ampliasse a estrutura física, financeira e operacional dos hospitais regionais, iniciando-se assim, a municipalização do setor, na tentativa de impedir que pacientes de cidades distantes tenham que se deslocar até a capital para serem atendidos, sobrecarregando o Pronto-Socorro de Cuiabá.
A CPI da Saúde foi criada em novembro de 2009, com o objetivo de apurar o uso do recurso que o Estado repassa para a prefeitura de Cuiabá investir na saúde pública.
Porém, após o início dos trabalhos, os parlamentares decidiram abranger as investigações para analisar o setor em todo o Estado.
O ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão, participou de audiência com os deputados para falar sobre o setor.
Além de Wallace, a Comissão era formada por Sérgio Ricardo (presidente), Percival Muniz (PPS), Antônio Azambuja (PP) e a ex-deputada Chica Nunes (DEM). Os membros suplentes eram Alexandre César (PT), Mauro Savi (PR), Adalto de Freitas (PMDB), José Domingos Fraga (DEM) e Maksuês Leite (PP).
Os hospitais visitados foram o pronto-socorro de Cuiabá e Várzea Grande, policlínicas do Coxipó, Pedra 90, Verdão e Morada da Serra, antigos hospitais Modelo e São Thomé, Hospital Metropolitano de Várzea Grande, Júlio Muller, Adauto Botelho, Geral, e nos hospitais regionais de Cáceres, Sorriso, Rondonópolis e Colíder.












