Universitários mobilizam para bloquear avenida em protesto contra redução de vagas

  Chico Ferreira Etudantes protestam contra redução de vagas nas Casas de Estudantes e querem bloquear avenida

 

Chico Ferreira

Etudantes protestam contra redução de vagas nas Casas de Estudantes e querem bloquear avenida

Um grupo de estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) se mobiliza através do Facebook para promover um protesto na tarde desta quarta-feira (06) com direito, inclusive, a bloqueio da Avenida Fernando Corrêa da Costa, nas imediações da faculdade. Eles protestam contra uma decisão da universidade em fechar 5 Casas de Estudantes Universitários (CEU’s) e estão ainda mais revoltados devido o fato de que não foram consultados sobre o assunto e sequer informados oficialmente sobre a decisão já tomada.
Alegam que a reitora Maria Lúcia Cavalli Neder não apresentou qualquer proposta ou data para construir novas moradias para os universitários, e mesmo assim, não renovou os contratos das casas que são alugadas e pelo que souberam, extraoficialmente, o prazo termina no dia 22 deste mês. A decisão dela seria para cumprir uma determinação da Controladoria Geral da União (CGU) que teria se posicionado contra o atual modelo do benefício adotado pela UFMT.
Afirmam os organizadores do protesto, que os moradores descobriram a proposta devido ao fato de a universidade deixar de prestar os serviços de manutenção como troca de lâmpadas, área verde, cercas elétricas, entre outros nas casas. E também devido ao informe da reitora sobre o fechamento das casas aprovado no Conselho Universitário (Consuni). 
Quem denuncia os problemas classificados como “descaso” por parte da reitoria, é o conselheiro de moradia, Caiubi Kuhn, que há 6 anos usufrui do benefício, sendo 5 anos durante a graduação no curso de Geologia e 1 ano de mestrado em Geociências ainda em curso. Morador de Chapada dos Guimarães, ele sempre residiu em uma das CEU’s da universidade e por isso defende a manutenção do benefício que segundo ele, é fundamental para dar suporte aos alunos de baixa renda, oriundos de outras cidades ou estados. Atualmente, segundo ele, são 9 estudantes dividindo a casa onde ele mora.
O universitário afirma que a UFMT oferece hoje, 150 vagas para um universo de 12 mil alunos, algo em torno de apenas 1%. “Com o fechamento, serão 50 vagas a menos. Não aceitamos essa decisão sem antes sermos ouvidos pela reitoria. Não vamos sair das casas sem resistir. Só sairemos à força, retirados pela Polícia” afirma ele, posição compartilhada por outros estudantes que tem se manifestado na rede social e se mostrado indignados com a situação. “Mas estamos abertos ao diálogo com a reitoria, o problema é que ela não ouve  a gente e nem apresenta propostas”.
Antes do fechamento CEU’s, defende Caiubi, os estudantes cobram da reitora uma proposta para construir novas moradias, que seja apresente prazo para abrir edital em caráter de urgência para evitar a redução das vagas. “Não podemos só ouvir boatos sem ter acesso a documentos”, enfatiza o líder estudantil, justificando que a UFMT prefere hoje investir no auxilio moradia que fornece R$ 300 mensais ao universitário selecionado por meio de critérios socieconômicos para receber o benefício, modalidade que segundo ele, não beneficia quem de fato precisa. “Com R$ 300 não é possível alugar uma quitinete na região da universidade e muito menos comprar móveis. Defendemos a manutenção das Casas de Estudantes porque já existem móveis que são compartilhados de forma coletiva entre vários assistidos”, justifica.
Caiubi afirma que o auxílio moradia é uma política mais cara para a instituição e não contempla os alunos mais pobres, principalmente em tempos de Sisu onde alunos de qualquer parte do país disputam vagas na UFMT e precisam ter esse suporte das Casas dos Estudantes.
Em janeiro deste ano a instituição finalmente inaugurou a Casa do Estudante do Campus Cuiabá, porém só contempla 74 universitários. “O local mais parece um presídio, apertado, com quartos minúsculos, com apenas um ventilador e os guarda-roupas são aqueles armários de guardar mochila que tem nas escolas. E olha q essa casa demorou quase 10 anos pra ficar pronta!. são muitos problemas” disse a estudante de comunicação social, Celly Alves da Silva em sua página do Facebook. Justificou que o protesto desta quarta-feira será, principalmente, pela condições da casa do estudante. Mas também pela assistência estudantil no geral.
Estudantes de diversos campi da UFMT participam de um Fórum realizado nesta segunda e terça-feira que entre outros assuntos, debateu a ampliação da assistência estudantil. A reitora chegou a participar do evento, mas segundo os líderes do manifesto, não apresentou qualquer proposta e nem ouviu as reivindicações estudantis. Os participantes também protocolaram na segunda-feira um documento pedindo construção de novas moradias.
A concentração dos manifestantes será no Restaurante Universitário (RU) às 13h, Caso o protesto, de fato, interdite a Avenida Fernando Corrêa da Costa, moradores e motoristas que trafegam pela região enfrentarão muitos problemas no trânsito que já está caótico no local em virtude dos bloqueios para realização do obras de mobilidade urbana visando o Mundial de Futebol. “Vamos fechar a avenida para mostrar à sociedade como são as políticas educacionais da UFMT, para sermos ouvidos pela reitoria”, garante Caiubi Kuhn.
Procurada, a UFMT se posicionou com as seguinte nota:
Os integrantes do Programa de Assistência Estudantil da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) contam com três benefícios de apoio direto à permanência socioeconômica na Universidade, informa a reitora da UFMT, Maria Lúcia Cavalli Neder. Em janeiro a bolsa permanência foi reajustada para R$ 400,00. A partir de abril esses estudantes receberão o auxílio moradia também reajustado, totalizando R$ 400,00, sendo R$ 360,00 da bolsa e R$ 40,00 de adicional alimentação e, ainda, mais R$ 100,00 de auxílio alimentação, totalizando R$ 900,00 mensais.
Em 2013 são 1.885 bolsas permanência, das quais 635,00 do Governo Federal e 1250 da UFMT; 1500 auxílios alimentação e 360 auxílios moradia, que dobrou em relação a 2012. Os moradores das casas de estudante receberão R$ 400,00 de bolsa permanência, R$ 100,00 de auxílio para alimentação durante a semana, mais adicional R$ 40,00 como auxílio alimentação para os finais de semana, totalizando R$ 540,00.

Fonte: Gazeta Digital

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp
Rolar para cima