Fiscalização do Ministério do Trabalho embargou ontem as obras de duas trincheiras do complexo da avenida Miguel Sutil, um dos eixos de mobilidade urbana para a Copa de 2014.
A interdição atingiu os canteiros das trincheiras do Santa Rosa e do Verdão, ambas a cargo da construtora Ster Engenharia Ltda, e foi determinada após vistoria feita por 12 auditores do Grupo Móvel Nacional de Infraestrutura.
"Do jeito que estão, aqueles canteiros oferecem risco aos trabalhadores da obra e também a terceiros", afirmou Amarildo Borges, chefe da fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho (SRT-MT).
Segundo ele, a força-tarefa encontrou "diversas irregularidades", mas os pontos mais críticos foram a inexistência de um “projeto de escavação” e a falta de "barreiras de isolamento" no entorno das escavações.
"Ali temos buracos enormes, mas sem qualquer estrutura para evitar quedas e outros acidentes. Aqueles canteiros precisam ser imediatamente isolados, principalmente nas laterais", afirmou Borges.
O projeto de escavação, segundo ele, prevê eventuais fatores de risco e medidas de contenção. “Toda escavação tem que estar amparada em uma avaliação do solo e dos riscos potenciais quanto a desabamento, por exemplo. Este documento não foi apresentado.”
Questionado sobre a ausência de isolamento nas obras da trincheira da Jurumirim, Borges disse que a fiscalização irá passar por todos os canteiros e, se constatadas falhas, novos embargos podem ser determinados.
"Essa é uma ação nacional de fiscalização que vai percorrer todas as obras nas 12 sedes", disse.
Em entrevista ao Diário, o secretário Maurício Guimarães (Secopa) mininimizou as consequências do embargo para o apertado cronograma das obras.
"Vamos cercar os canteiros a partir de amanhã e não creio que haverá qualquer prejuízo ao andamento do trabalho. Foi apenas um susto", disse.