Meta – Usuários do assistente de inteligência artificial da Meta — empresa dona do Instagram, Facebook e WhatsApp — estão expondo, sem perceber, diálogos que deveriam ser privados em uma área pública da plataforma.
Nos últimos dias, especialistas em segurança digital e internautas têm chamado atenção para o funcionamento do recurso, lançado pela companhia de Mark Zuckerberg no final de abril e disponível, por enquanto, apenas nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
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De acordo com o site especializado em tecnologia TechCrunch, ao interagir com a IA da Meta, o usuário encontra a opção de compartilhamento que exibe uma prévia do conteúdo. No entanto, muitas pessoas não percebem que, ao clicar nessa função, suas conversas são publicadas de forma aberta.
Essas interações ficam visíveis no Discover, uma espécie de feed público que, segundo descrição da própria Meta, é “um lugar para compartilhar e explorar como outras pessoas estão usando a IA”. Quando o serviço foi lançado, a empresa destacou que “você está no controle: nada é compartilhado, a não ser que você decida postar”.
Ainda assim, conforme reportagem do jornal La Nación, essa divulgação ocorre sem o conhecimento explícito do usuário, já que as configurações de privacidade da plataforma não deixam claro quando e onde os dados são tornados públicos.
Entre os conteúdos que foram parar no feed público está uma pergunta de um usuário sobre identidade de gênero e a possibilidade de realizar uma transição. Outras interações expostas incluem buscas por personagens femininas ou figuras antropomórficas em trajes mínimos.
A especialista em cibersegurança Rachel Tobac relatou, na rede social X, episódios em que usuários publicaram sem saber conteúdos altamente pessoais, como informações sobre condições médicas, confissões de atos ilícitos, dúvidas legais e até endereços residenciais.
Segundo Rachel, há uma diferença importante entre usar uma rede social e interagir com um chatbot, e a expectativa dos usuários é que essas conversas permaneçam privadas.
“Por causa disso, os usuários estão inadvertidamente postando informações sensíveis em um feed público, com sua identificação”, afirmou Rachel.
Procurada, a assessoria da Meta não se manifestou.
(Com informações de O Globo)
(Foto: Reprodução/Freepik/EyeEm)