No período de seis anos (2005 a 2011), o acesso da população de Mato Grosso que utiliza a internet aumentou aproximadamente 88%, conforme aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), realizada por equipe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados se referem à população com dez anos ou mais de idade.
Para o professor doutor Carlos Eduardo Neves, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), muito do crescimento está relacionado ao bom momento econômico atravessado pelo Estado. O Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso tem crescido 10% ao ano – índice considerado acima da média.
“Além do que o preço dos computadores ficou mais acessíveis ao longo dos anos. Sem contar que a internet, hoje em dia, é um serviço cada vez mais essencial. Todo mundo está conectado”, avaliou.
Em 2011, 77,7 milhões de pessoas no Brasil com 10 anos ou mais de idade (46,5% do total) haviam acessado a internet nos três meses anteriores à coleta da PNAD. O acesso à internet continuava sendo maior entre os jovens, especialmente nos grupos etários de 15 a 17 anos (74,1%) e de 18 ou 19 anos de idade (71,8%).
Na análise da escolaridade dos internautas, observou-se que, de 2005 para 2011, no grupo dos sem instrução e com menos de quatro anos de estudo, o percentual passou de 2,5% para 11,8%. No mesmo período, no grupo com 15 ou mais anos de estudo, a estimativa aumentou de 76,1% para 90,2%.
Em relação à série histórica, os percentuais de internautas aumentaram em todas as classes de rendimento mensal domiciliar per capita, especialmente nas mais baixas: no grupo sem rendimento e com até um quarto de salário mínimo, o percentual de pessoas que acessaram a internet aumentou de 3,8% em 2005 para 21,4% em 2011; no grupo de mais de um quarto até metade do salário mínimo, ele foi de 7,8% para 30%, no grupo de meio a um salário, de 15,8% para 39,5%.
Todos os anos pesquisados o percentual de internautas foi maior na classe de rendimento de três a cinco salários mínimos, ultrapassando, inclusive, a classe de cinco ou mais salários mínimos.
Sobre o uso de telefone celular, em 2011, 115,4 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade (69,1%) tinham o aparelho para uso pessoal (contra 55,7 milhões, ou 36,6% do total nessa faixa etária, em 2005). Em Mato Grosso, o aumento no período foi de 40%.
A investigação da posse do telefone móvel celular em função da escolaridade mostrou que o percentual de pessoas com aparelho aumentava com o nível de instrução, indo de 36,6% da população sem instrução e com menos de um ano de estudo até 94,7% da população com 15 ou mais anos de estudo.