Um bilhão e seiscentos milhões de reais em autos de infração foram emitidos pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) entre agosto de 2011 a julho de 2012 nas ações de combate ao desmatamento na Amazônia Legal. O volume financeiro deriva das 3.456 peças lavradas. Neste intervalo, a floresta perdeu 4.656 quilômetros quadrados, segundo os números do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), em Brasília, nesta terça-feira (27).
Dentre os estados, o Pará registrou o maior total de autos e, consecutivamente, a cifra financeira. Os 857 resultaram em mais de R$ 941,3 milhões. O estado liderou a taxa de desmatamento no intervalo avaliado, sendo responsável pelo desflorestamento de 1.699 km².
Em Mato Grosso, cujo desmatamento atingiu 777 km² (2º do país), foram mais de R$ 339,5 milhões, em resposta aos 830 autos lavrados até julho deste ano. Os dados divulgados nesta terça-feira pela autarquia mostram ainda que em termos financeiros a terceira maior quantia concentrou-se em Rondônia, com R$ 121,4 milhões provenientes dos 581 autos de infração lavrados.
À lista apresentada pelo órgão ambiental destacam-se ainda as apreensões de itens flagrados durante operações na mata. Em toda Amazônia Legal entre agosto de 2011 a julho de 2012 um total de 329 caminhões; 95 tratores; 143 veículos; 111 motosserras; além de madeira em tora (66.702,04 metros cúbicos); em madeira beneficiada (68.884,44 metros cúbicos) e carvão (12.379,89 metros cúbicos).
Para a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, os números do desmatamento divulgados nesta terça-feira mostram que os nove estados amazônicos perderam o menor nível de floresta desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) passou a divulgar a série histórica, em 1988.
Durante entrevista coletiva, ela ressaltou que o avanço também se deve às novas tecnologias que passam a ser empregadas pelos agentes ambientais. Como exemplo, destacou a implantação do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), iniciado em 2004, e também à mudança nos padrões de fiscalizações.
"A modernização das tecnologias e a mudança de estratégias de inteligência nos garantiram isso", disse Izabella Teixeira. No próximo ano, fiscais do Ibama devem utilizar uma nova tecnologia durante as fiscalizações na floresta.
Trata-se de um equipamento que, segundo o governo, demarcará as coordenadas exatas onde as irregularidades forem constatadas, emitindo de forma imediata o auto de infração ao proprietário da área flagrada. O projeto, realizado em parceria entre o Ministério do Meio Ambiente, e de Ciência e Tecnologia, prevê investimentos de R$ 15 milhões.
"Essa inovação tecnológica elimina os erros de coordenadas, a possível corrupção do fiscal e faz com que a gente seja mais eficiente e transparente", argumentou ainda a ministra.
Fonte: G1 MT
