Biossegurança – A inteligência artificial (IA), já presente em diversas áreas da economia e da produção, também começa a despertar preocupações no setor biotecnológico. Um estudo conduzido pela Microsoft apontou que a tecnologia pode ser usada para driblar sistemas de segurança e sugerir a criação de proteínas capazes de originar toxinas ou patógenos mortais.
O levantamento, publicado na revista Science, chama atenção para possíveis riscos no fornecimento de insumos biológicos utilizados em pesquisas e indústrias farmacêuticas. Segundo os responsáveis, algoritmos de IA generativa podem propor novas formas de proteínas, recurso que tanto pode ser empregado para avanços benéficos, como o desenvolvimento de medicamentos, quanto para usos prejudiciais.
LEIA: CCJ do Senado aprova inclusão de violência digital na Lei Maria da Penha
O alerta atinge diretamente a cadeia produtiva que depende do fornecimento seguro de sequências genéticas. Hoje, fabricantes e fornecedores utilizam softwares de triagem de biossegurança para impedir que pedidos de DNA correspondam a agentes nocivos. No entanto, a Microsoft demonstrou que, com apoio da IA, seria possível redesenhar toxinas de modo a enganar esse sistema.
Apesar da descoberta, os pesquisadores destacam que não foi produzido nenhum composto prejudicial. O experimento foi totalmente digital e, antes de sua divulgação, a companhia comunicou tanto o governo dos Estados Unidos quanto fabricantes de softwares de triagem, que já realizaram correções nas falhas apontadas.
Mesmo assim, o episódio reforça preocupações no setor produtivo ligado à biotecnologia. A possibilidade de que a IA seja usada de forma maliciosa para fabricar armas biológicas levanta um debate urgente sobre novas camadas de segurança e monitoramento em toda a cadeia de pesquisa e fornecimento.
(Com informações de Agência Brasil)
(Foto: Reprodução/Freepik/DC Studio)