De acordo com levantamento feito pelo G1, com base em dados divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Cuiabá conta com mais de 120 mil pontos de acesso de internet banda larga. O número deixa a capital mato-grossense atrás de outras capitais do Centro-Oeste como Goiânia (GO), que tem 332.331 pontos de acesso e Campo Grande (MS), com 164.501.
Entre os cinco municípios mais populosos de Mato Grosso (excluindo Sinop e Cáceres, uma vez que essas duas cidades não têm registros na pesquisa), Cuiabá e Várzea Grande estão situados na faixa média de velocidade de banda larga de 2 Mbps a 12 Mbps. Rondonópolis, Tangará da Serra e Sorriso ficaram na faixa de 512 Kbps a 2 Mbps. Quando o parâmetro é os pontos de acesso, Cuiabá tem 120.247 mil; Várzea Grande, 30.137; Rondonópolis, 20.371; Tangará da Serra, 7.403 e Sorriso, 6.110.
Entre os cinco municípios menos populosos do estado, as faixas de velocidade são maiores, proporcionalmente. A média de velocidade de Araguainha, Serra Nova Dourada, Ponte Branca, Santa Cruz do Xingu e Novo Santo Antônio, está na faixa de 2 Mbps a 12 Mbps. O número deixa essas cidades na frente de três das cinco maiores cidades do estado. Os pontos de acesso, porém, correspondem à diferença populacional entre elas. Araguaína tem 37 pontos de acesso; Serra Nova Dourada, 67; Ponte Branca, 35; Santa Cruz do Xingu, 9, e Novo Santo Antônio, 66.
O levantamento levou em consideração cinco tipos de classificação de velocidade: de 0 a 512 Kbps, 512 Kbps e 2 Mbps, 2 Mbps a 12 Mbps, 12 Mbps a 34 Mbps e acima de 34 Mbps. Mato Grosso não tem nenhum município nas duas últimas faixas. A média brasileira está em média de 3 Mbps.
Mbps e Kbps
Segundo o professor Jean Caminha, do Instituto de Computação (IC) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), “Mbps” significa “mega bit por segundo” e “Kbps” é kilo bit por segundo”, ambos são unidades de medida que representam a velocidade da transmissão de dados. “E como se fosse uma estrada, as duas unidades representam a velocidade que vocês está andando nela”, exemplifica o professor. Essa velocidade determina quando tempo o usuário demorará para baixar uma foto, um filme ou uma música, por exemplo.
Fibra ótica como novidade
A tecnologia conhecida como fibra ótica – que contempla a cidade brasileira com a maior velocidade média de conexão que é Vinhedo, no Estado de São Paulo – é o meio mais veloz de transmissão de dados atualmente.
A fibra ótica consiste em filamentos flexíveis em que feixes de luz são usados para transmitir dados. Eles são compostos, basicamente, de vidro e plástico. Na parte interna dos cabos as luzes refletem em espelhos e fazem com que a informação passe de um lado para outro. Essa é a tecnologia predominante em países desenvolvidos, como a Coréia do Sul, onde a velocidade média da banda larga chega a 22 Mbps.
Segundo Caminha, grande parte das operadoras utilizam a tecnologia comercialmente hoje. A diferença, porém, é que os cabos de fibra ótica não chegam até as casas das pessoas. A banda larga chega nos domicílios através de uma outra tecnologia, que transmite dados mais lentamente, chamada de “ADSL”. Para exemplificar, o docente da UFMT afirma que “as avenidas principais são os cabos de fibra ótica, já as ruas adjacentes são de ADSL”. Segundo ele, isso faz com que a velocidade da internet em grande parte do Brasil não seja tão alta quanto em outros lugares. Caminha afirma, porém, que em alguns lugares como em São Paulo a fibra ótica já está sendo chegando até as casas das pessoas.
Velocidade contratada e recebida
No Brasil, é comum o usuário ter disponível em casa uma velocidade menor do que a contratada. Até novembro de 2012 o regimento da Anatel determinava que as operadoras deveriam entregar pelo menos 60% da velocidade. No ano seguinte o percentual subiu para 70%. Em novembro de 2014 a agência determinou que as empresas devem entregar pelo menos 80% da velocidade contratada pelo consumidor.
O professor explica que as operadoras entregam menos porque o número de usuários aumenta proporcionalmente mais do que o investimento em novas tecnologias de transmissão de dados. “A tecnologia atual permite que as empresas entreguem 100% [da velocidade contratada], mas em vez disso elas preferem manter a tecnologia e distribuir para mais pessoas”, afirma Caminha.
Para reclamar de uma possível diferença entre a velocidade contratada e a recebida, o professor diz que o meio mais eficiente é a Anatel. “O consumidor pode tentar falar com a operadora, mas, caso o problema não seja resolvido, ele deve pegar o protocolo de atendimento e contatar a Anatel. Ela funciona mais que o Procon nesse caso”, finaliza.
FONTE: G1
