Escobar Phone era esquema internacional de fraude e lavagem de dinheiro

Golpe usava imagem de Pablo Escobar para vender celulares inexistentes e lavar dinheiro em diversos países

Escobar Phone – Olof Kyros Gustafsson, sueco de 32 anos e idealizador do chamado “Escobar Phone”, confessou participação em um esquema internacional de fraude e lavagem de dinheiro, que movimentou mais de US$ 1,3 milhão.

A admissão foi feita em tribunal nos Estados Unidos, onde o empresário enfrenta acusações relacionadas a crimes federais, incluindo fraude eletrônica e postal, além de lavagem de dinheiro.

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Gustafsson era CEO da Escobar Inc., empresa registrada em Porto Rico que usava o nome do narcotraficante colombiano Pablo Escobar para comercializar supostos produtos tecnológicos, como smartphones dobráveis, lança-chamas e até criptomoeda física.

Entre 2019 e 2023, os itens eram ofertados online por preços extremamente baixos, mas nunca chegavam aos compradores.

De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ), o golpe consistia em anunciar produtos populares do mercado, como o Galaxy Fold ou o iPhone 11 Pro, com o selo da Escobar Inc.

A promessa de aparelhos de ponta por uma fração do preço atraía consumidores, que após o pagamento recebiam apenas panfletos, livros ou um falso “certificado de propriedade” — artifício utilizado para evitar reembolsos em plataformas como PayPal e Stripe.

Golpe usou influenciadores

A operação contava ainda com estratégias de marketing enganoso. Influenciadores digitais recebiam modelos autênticos maquiados como criações da marca Escobar, o que ajudava a gerar credibilidade entre o público.

O youtuber Marques Brownlee, conhecido como MKBHD, chegou a expor o caso após descobrir que o “Escobar Fold 2” era, na verdade, um Galaxy Fold revestido por adesivos dourados.

As investigações apontam que Gustafsson lavou pelo menos US$ 307 mil usando contas bancárias em seu nome e de empresas de fachada nos Estados Unidos, Suécia e Emirados Árabes Unidos. Segundo o DOJ, os recursos obtidos eram destinados a despesas pessoais e repassados até mesmo a familiares.

O esquema começou a ruir em 2020, quando o FBI passou a investigar o caso. Em dezembro de 2023, Gustafsson foi preso na Espanha durante uma ação conjunta com autoridades americanas.

Ele foi extraditado para os EUA em março de 2025 e, agora sob custódia federal, se declarou culpado de seis crimes no total. A pena pode ultrapassar os 100 anos de prisão, somando as punições máximas previstas para cada infração.

Como parte do acordo com a Justiça, o empresário também aceitou devolver até US$ 1,3 milhão às vítimas e abrir mão de valores bloqueados em contas bancárias, inclusive na Suécia. O caso se tornou um dos exemplos mais emblemáticos de como a combinação entre marketing digital e falsidade ideológica pode ser usada para fraudes em escala global.

(Com informações de O Globo)
(Foto: Divulgação/Escobar Inc.)

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