Foi pensando em tranquilidade na velhice que Júlio Cesar de Almeida Alves começou a contribuir para um plano de previdência dois anos atrás. Ele trabalhava na construção de um navio em um estaleiro em Pernambuco e na época foi convencido pelo gerente do banco no posto da empresa a adquirir um plano.
Na verdade, Júlio já estava pensando no futuro e propenso a fazer uma poupança para a aposentadoria na época. "Tive uma experiência ruim na empresa em que eu trabalhava antes, que não repassava as minhas contribuições para a previdência", afirma o rapaz de 28 anos, técnico em máquinas navais, nascido em Niterói, no Rio de Janeiro. Prestava atenção ao noticiário nos jornais, dando conta do enorme déficit da Previdência Social e a previsão de especialistas de que o governo pode ter dificuldade em pagar as aposentadorias no futuro.
O plano escolhido por Júlio custa R$ 350 por mês. Seu raciocínio é que, se ele se der bem na área de construção naval e chegar a um alto posto com um bom salário na véspera de se aposentar, vai retirar todo o dinheiro aplicado e investir talvez num imóvel. Mas se ele estiver insatisfeito com a carreira na aposentadoria, quer poder parar de trabalhar com o nível de vida garantido num patamar confortável.
Atualmente, trabalhando na construção de plataformas de petróleo em um estaleiro em Niterói, e casado há um mês, Júlio afirma que está revisando todas as contas, e que está aberto a mudar de gestor para seu plano de previdência que inclui um seguro de vida no valor de R$ 300 mil. Se ele falecer, a indenização do seguro será dividida entre sua mãe e a esposa.
Ele só está preocupado com a carência de dois anos para o saque do dinheiro. Ele já cumpriu a primeira etapa no plano original e até pensa em sair para outro, mas não quer ter que cumprir mais dois anos de carência. Bem informado, Júlio sabe que as taxas de juros caíram e que as taxas de administração dos planos de previdência estão altas, mas diz que ainda não tomou nenhuma decisão a respeito. "A queda da taxa de juros me preocupa, porem ainda não me informei o suficiente para tomar uma decisão", diz.
A advogada especialista em Recursos Humanos Edjane Gonçalves Martin, de 32 anos, fez um plano de previdência para garantir o mesmo padrão de vida que tem hoje. "Quero chegar aos 60 anos e parar de trabalhar, não fazer mais nada, quero curtir o filho e os netos", diz Edjane, que é casada, tem um filho de seis anos e mora em São Paulo.
Há um ano e meio ela deu um salto profissional, deixando um emprego com carteira assinada para abrir seu próprio negócio, uma consultoria de RH. Fez também uma revisão de seus investimentos, guardando parte dos recursos em fundos de investimentos para imprevistos e emergência, porque estava em fase de transição profissional, com salário maior, mas também com mais riscos nos negócios. Outra parte aplicou em dois planos de previdência VGBL da Monera Aegon, um para ela e o marido, outro para o filho.
Desde então, ela investe R$ 1,6 (sendo R$ 1,5 mil no prazo de dez anos para casos de emergência e R$ 100 para a faculdade do seu filho, em prazo de dez anos, quando ele completar 16 anos). Mais que a garantia de uma renda futura, para ela é também um instrumento de disciplina financeira. "É como uma dívida que eu fiz", afirma.
