Brasileiros sem banco giram R$ 665 bi

Valor estimado para 2013 equivale ao PIB da Colômbia; não bancarizados representam 39,5% da população adulta Maior parte é de mulheres, pessoas de 40 a 59 anos e

Valor estimado para 2013 equivale ao PIB da Colômbia; não bancarizados representam 39,5% da população adulta

Maior parte é de mulheres, pessoas de 40 a 59 anos e que estão fora do mercado de trabalho, diz pesquisa

Neste ano, R$ 665 bilhões vão passar pelas mãos –ou melhor, pelos bolsos– dos 55 milhões de brasileiros que não têm conta em banco.
 
Esses brasileiros representam 39,5% da população adulta do país, segundo estudo do instituto Data Popular.
 
Os dados serão apresentados hoje durante seminário em São Paulo para discutir o impacto do crédito no comportamento de consumo da nova classe média, dona hoje de 103 milhões de cartões de crédito no país.
 
O valor que passa à margem do sistema bancário brasileiro (R$ 665 bilhões) equivale quase ao PIB da Colômbia, segundo informações do Banco Mundial.
 
"O que surpreende é que, por mais que o processo de bancarização tenha crescido, quatro em cada dez brasileiros ainda não possuem conta-corrente ou poupança. E esse número é ainda maior nas classes mais baixas", afirma Renato Meirelles, sócio e diretor do instituto.
 
QUEM SÃO
 
Metade dos brasileiros sem conta em banco está na classe média –são 29 milhões de pessoas que fazem parte de famílias com renda per capita de R$ 291 a R$ 1.019. O critério de classificação por faixa de renda é o mesmo adotado pelo governo.
 
Outros 11% dos sem conta em banco (6 milhões de pessoas) estão na classe alta, e 37% (20 milhões), na baixa.
 
Um terço da população "desbancarizada" tem de 40 a 59 anos –pessoas em sua maior parte (65%) com ensino fundamental completo.
 
Quase metade desses brasileiros está fora do mercado de trabalho –são donas de casa, desempregados, estudantes e aposentados. Para o levantamento, foram entrevistadas 2.006 pessoas de 53 cidades entre os meses de fevereiro e março deste ano.
 
As principais razões apontadas para a não bancarização são: 1) a dificuldade de acesso à rede bancária em cidades do interior que ainda não têm oferta de agências; 2) problemas financeiros que levaram ao endividamento e fizeram com que as pessoas que tiveram conta se tornassem "ex-bancarizadas"; 3) opção de não ter relacionamento com os bancos por considerarem desvantagens no pagamento de taxas e crédito oferecido.
 
Para a Febraban (federação dos bancos), a bancarização tem avançado no país. No ano passado, o número de contas-correntes ativas aumentou 6% e o da poupança, 4%. A entidade não comentou o estudo.
 
"O desafio dos bancos é oferecer serviços para os 55 milhões de brasileiros que hoje não enxergam nas instituições financeiras uma solução para as suas demandas", diz Meirelles.

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