Brasil – O Brasil se firmou como o principal investidor em Tecnologia da Informação na América Latina, com um total de US$ 58,6 bilhões (R$ 323 bilhões) aplicados no setor em 2024 — o equivalente a 34,7% do montante de US$ 169 bilhões direcionado à região.
O desempenho posiciona o país na 9ª colocação no ranking mundial de investimentos em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), que abrange tanto a TI quanto a área de telecomunicações.
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A Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), autora do levantamento, também ressalta que o Brasil segue entre os dez maiores mercados de TIC no mundo. Segundo o relatório da ABES, o Brasil apresentou uma expansão de 13,9% nos aportes em TI em comparação com 2023, superando a média global de 10,8%.
O avanço está diretamente ligado à intensificação da digitalização no país, que tem provocado mudanças estruturais em diversos segmentos da economia. Para 2025, a expectativa é de que o ritmo de crescimento se mantenha alto, com previsão de alta de 9,5%, novamente superior à média global projetada, de 8,9%.
Em 2024, quase metade dos investimentos foi canalizada para hardware (47,6%), enquanto o software absorveu 30,8% e os serviços de TI, 21,6%. A modernização das empresas, com foco em tecnologias como computação em nuvem, inteligência artificial e sistemas de gestão empresarial (ERP), tem sido motivada pelo desejo de aumentar a eficiência e reduzir custos operacionais.
Setores de destaque para os investimentos
Entre os segmentos econômicos que mais investiram em tecnologia em 2024 estão o setor financeiro, os serviços, telecomunicações, indústria e o varejo. Essas áreas vêm acelerando a transformação digital de suas operações como estratégia para manter a competitividade. Esse movimento inclui a adoção crescente de nuvem pública, inteligência artificial generativa e ferramentas de ERP.
O estudo da ABES indica que os investimentos em nuvem pública totalizaram US$ 3,5 bilhões, enquanto as soluções com IA generativa movimentaram US$ 2,4 bilhões e os sistemas ERP, US$ 4,9 bilhões.
Cerca de 30% de todos os aportes foram destinados a soluções SaaS (Software como Serviço) em nuvem, o que reforça a preferência por modelos mais flexíveis e escaláveis para a gestão empresarial.
Sudeste lidera investimentos
A análise regional dos dados mostra que o Sudeste concentrou a maior fatia dos investimentos em TI no país, com 60,8% do total. Em seguida aparecem as regiões Sul (13,9%) e Nordeste (11,8%).
Já o Centro-Oeste ficou com 9,5% e o Norte, com 3,9%. Esse cenário acompanha a distribuição da infraestrutura tecnológica e da atividade econômica, com destaque para São Paulo, maior polo financeiro e tecnológico do Brasil.
Embora as regiões mais desenvolvidas absorvam a maior parte dos investimentos, a ABES aponta que áreas periféricas também têm demonstrado evolução.
O crescimento tem sido puxado, principalmente, pela digitalização de micro e pequenas empresas, que buscam nas ferramentas tecnológicas uma forma de ampliar sua atuação no mercado.
Projeções de crescimento
Com as projeções indicando que os investimentos em TI no Brasil devem atingir US$ 90 bilhões (R$ 495 bilhões) até 2025, o país consolida seu papel de protagonista no setor de TIC na América Latina.
Essa liderança regional reflete a capacidade de adaptação de empresas e órgãos públicos às novas demandas tecnológicas, num processo acelerado pela pandemia e pela necessidade de modernização das infraestruturas.
A migração para ambientes de TI híbridos — que combinam soluções locais e em nuvem, priorizando a automação e produtividade — tem fomentado o surgimento de novos modelos de negócio. A expansão de soluções baseadas em IA, big data e computação em nuvem está permitindo uma gestão mais inteligente e eficaz das organizações.
Papel estratégico na economia
A tecnologia segue desempenhando papel estratégico no crescimento da economia brasileira. A digitalização tem contribuído para a criação de novas empresas, além de tornar os processos empresariais mais eficientes. Na indústria, a chamada Indústria 4.0 tem revolucionado o setor manufatureiro, com investimentos em automação e Internet das Coisas (IoT) para aumentar a produtividade e reduzir desperdícios.
Outro destaque é o setor financeiro, que tem se beneficiado da digitalização com a adoção de meios de pagamento digitais, crescimento das fintechs e implantação do open banking. Esses avanços têm ampliado o acesso da população a serviços financeiros, além de promover a inclusão digital.
Apesar dos progressos, o país ainda enfrenta entraves significativos, como a carência de infraestrutura em áreas menos desenvolvidas e a escassez de profissionais qualificados em tecnologia. Esses desafios precisam ser enfrentados para sustentar o crescimento do setor no longo prazo.
Ainda assim, o horizonte é promissor. A ampliação do uso de inteligência artificial, big data e soluções em nuvem cria novas oportunidades para que empresas brasileiras inovem, se tornem mais competitivas e consigam acompanhar a rápida transformação do mercado global.
O Brasil segue como destino estratégico para investimentos em TI na América Latina, com um desempenho sólido e projeções otimistas. As companhias nacionais estão cada vez mais focadas em ampliar sua presença digital, aproveitando as oportunidades geradas pelas inovações tecnológicas para competir em escala global.
(Com informações de It Show)
(Foto: Reprodução/Freepik/Hakan Gider)