Aumento na conta de energia: Aumento da conta de energia e interrupções serão discutidos

No último mês, especialmente, as contas de energia que chegaram aos consumidores da Cemat surpreenderam pelo alto valor cobrado nas faturas referentes ao consumo de outubro. Muitos relata

No último mês, especialmente, as contas de energia que chegaram aos consumidores da Cemat surpreenderam pelo alto valor cobrado nas faturas referentes ao consumo de outubro. Muitos relatam que o valor a pagar dobrou quando comparado com o que foi cobrado no mês anterior. A Associação de Moradores da Morada do Ouro (AMMO) está mobilizada contra o que chamam de “aumentos excessivos” das faturas de energia elétrica verificados nas residências do bairro. Para chamar à atenção do restante da sociedade e das autoridades, a Associação realiza hoje, a partir das 14h, na Praça Central do bairro, uma manifestação.

Segundo a presidente da Associação, Elizabeth Soares de Andrade Pinheiro (Beta), ao ser procurada por moradores indignados com a cobrança abusiva, a entidade houve por bem se manifestar publicamente, o que justifica a própria existência da Associação, cujo propósito é o de defender os anseios da comunidade.

O volume de reclamações despertou também à atenção da Assembleia Legislativa do Estado que convidou o interventor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nas Centrais Elétricas Mato-grossenses (Cemat), Jaconias de Aguiar, para prestar esclarecimentos sobre o reajuste na tarifa de energia, que está em vigor desde 1º de setembro, e também para tratar da falta de energia elétrica em alguns bairros de Cuiabá e do interior de Mato Grosso nas últimas semanas. Aguiar aceitou convite e estará presente durante a reunião do Colégio de Líderes da próxima terça-feira, dia 27, a partir das 15 horas.

Como explica o presidente da Assembleia, José Riva, a reunião foi solicitada pelos parlamentares em função da reclamação da população mato-grossense acerca do reajuste na tarifa observada nas últimas duas contas e a falta de energia elétrica no Estado. “Recebemos algumas reclamações e imediatamente entramos em contato com a Cemat e agendamos reunião com o interventor, Jaconias Aguiar, para esclarecer e discutir, além destes dois temas, a situação da empresa”.

A ALTA – Desde o dia 1º de setembro a Cemat está aplicando o reajuste tarifário aprovado pela Aneel em abril de 2012, conforme a Resolução Homologatória nº 1270/12. O efeito tarifário médio aos consumidores cativos da Concessionária, que seria de 2,62%, agora será de 9,43% em média, pois a Cemat praticou tarifa reduzida entre 8 de abril a 30 de agosto de 2012 – isto é, apenas a tarifa econômica do ano anterior, estabelecida no reajuste de 2011, sem os componentes financeiros.

Como exemplificou em nota na época, seria possível, na tarifa residencial, perceber que o reajuste, se comparado à tarifa regular de 2011, foi de 2,67% – subindo de R$ 0,41257 o quilowatt-hora para R$ 0,42359 o KWh. Porém, comparando a nova tarifa à que o consumidor vinha pagando, desde 8 de abril de 2012 (R$ 0,38671 o KWh), o impacto é de 9,5%.

A aplicação das novas tarifas estava suspensa em função de pendências no repasse de encargos setoriais. Desta forma, desde abril a Cemat passou a adotar as tarifas definidas no Anexo VII da Resolução nº 1270/12, isto é, tarifa econômica sem a inclusão de componentes financeiros. De abril a agosto, a Cemat esteve impedida de aplicar o reajuste autorizado pela Aneel, por estar inadimplente com encargos financeiros que deveriam ter sido repassados à Eletrobras desde setembro do ano passado. “Isso significa que os consumidores de energia de Mato Grosso tiveram a tarifa reduzida durante quase cinco meses, ou 145 dias”, período em que esteve proibida de aumentar o preço do quilowatt.

O reajuste começou a ser aplicado justamente na época em que há maior demanda por energia, em função da estiagem que se intensifica no Estado, justamente nos meses de setembro e outubro. Como explica a assessoria da empresa, é comum e neste ano foi diferente, aumento significativo no volume de reclamações sobre o valor do consumo nesses meses.

Em razão da intervenção administrativa decretada pela Aneel em 31 de agosto, por meio da Resolução Autorizativa nº 3.647, e conforme previsto na Medida Provisória nº 577/12, a distribuidora passou a aplicar as novas tarifas homologadas em abril. PROBLEMA – A intervenção administrativa sobre as oito companhias pertencentes ao Grupo Rede Energia foi motivada, conforme informações do mercado, não confirmadas pelo Grupo Rede, por uma dívida de cerca de R$ 6 bilhões, sendo mais de R$ 110 milhões devidos apenas pela Cemat somente à Eletrobras. No mês passado, acionistas da empresa aprovaram o Plano de Recuperação que tem como pilar básico a venda da Cemat, para injeção de recursos.

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